O dia internacional da mulher este ano ocorreu entre discussões acaloradas a respeito do tema do aborto e da posição firme da Igreja. Não quero aqui esgotar o tema, até porque seria impossível e o que não falta é conteúdo sobre o assunto na internet.
Quem é contra em geral continuará contra, e quem é a favor, também não mudará de opinião... a discussão é acirrada, e quase pessoal. Mas a minha abordagem é a favor das pessoas. Elas não são objeto - nem a mãe nem os filhos no ventre -, mas precisam ser consideradas como seres humanos que precisam ser amados e compreendidos. É isso que penso.
Mas tem algumas colocações que não copio de nenhum, mas são frutos do meu próprio pensamento.
1. Gravidez de risco porque a menina, violetada e grávida, tem apenas nove anos. Certo, mas em 2 de Dezembro de 2006, no Peru, uma menina também vítima de estupro gerou seu filho. A notícia foi reportada no portal Uol Notícias: http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm
2. Dom José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, excomungou toda a equipe médica que causou o aborto. Errado. Ele só tornou público o que o direito canônico define à séculos, e fazendo isso não fez mais do que sua obrigação. Quem excomunga é a Igreja, e excomunga quem é Católico. Portanto, é preciso considerar:
- Dentre os médicos, caso alguns sejam católicos, não foram coerentes com a fé que professam. Mesmo que a lei dos homens permita tirar os embriões naquelas circunstâncias, a mesma lei permite alegar "objeção de consciência" e não realizar o ato. Mas, se mesmo dizendo-se católicos, foram plenamente a favor do procedimento, então é melhor rever sua fé.
- Caso alguns não sejam católicos, não tem porque se preocupar, pois a excomunhão não alcança quem não faz parte desta Igreja. Excomunhão quer dizer "fora da comunhão".
3. A Igreja agiu com maior rigor nos médicos do que no estuprador. Certo. Porque, mesmo considerando que uma menina de nove anos é indefesa contra um adulto, ela ainda tem alguma forma de se defender, antes, durante ou depois do ato, preservando a sua própria vida. Mas os embriões em seu ventre, são absolutamente indefesos contra ameaças externas. Então, quem merece maior proteção? Ou: quem cometeu um ato mais covarde? A Igreja (e eu) entendo que tenha sido os médicos.
4. A Igreja não tem moral pra opinar, uma vez que é cheia de padres pedófilos. Errado. Alguns padres são pedófilos e não tem como negar isso. Muitos já foram punidos de forma exemplar, mas infelizmente não se pode voltar no tempo pra reparar seus erros. O que a Igreja está fazendo, além de puní-los, é rever a formação pela qual passam nos seminários religiosos. Mas quem cometeu a pedofilia foram alguns padres, não todos, nem foi a instituição da Igreja quem cometeu este erro, nem Jesus Cristo, autor e defensor da vida, fundador da Igreja. Este tem toda a autoridade para defender a vida através de sua Igreja.
O tema é amplo e não tem soluções fáceis. Precisamos considerar se realmente "os fins não justificam os meios". E, mais ainda, é preciso, antes de tudo, acolher os que sofrem do abuso sexual, da ameaça do aborto, e porque não, os que têm disturbios sexuais numa sociedade tão erotizada e com famílias tão desestruturadas.
terça-feira, 10 de março de 2009
Dia Internacional da Mulher, Estupro e Excomunhão
Postado por
Visionário (Anderson Gonçalves)
às
14:39
Marcadores:
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É sempre tão triste e revoltante ler histórias assim… é impossível imaginar, pior ainda mensurar, o tamanho da dor e da confusão que vive uma criança agredida em sua própria casa, lugar que deveria ser sempre o nosso refúgio, nosso lar… O que esse homem fez com essa garotinha foi uma monstruosidade.
ResponderExcluirNessas horas nos perguntamos: Como pode existir pessoas tão ruins assim?
Com relação ao que o Padre fez, ele apenas estava seguindo um dos princípios de sua doutrina...
As pessoas devem esquecer um pouco do Padre e ver que no momento o ruim da história não é ele, e sim o padrasto da menina que foi um verdadeiro monstro, esse deve ser critícado e julgado pelos seus atos...
Beijos meu amigo