quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dom Casmurro

Faz uma semana que terminei de ler "Dom Casmurro", de Machado de Assis. Muita gente gosta de procurar resumo do livro na internet, mas não é esse o caso aqui. Apenas transcreverei minhas impressões...

Bom, no início do livro a gente fica cheio de curiosidades, e o autor se aproveita disso porque, toda vez que conta algo interessante, muda de assunto e passa algum tempo escrevendo sobre outras coisas que parecem não ter nenhuma relação com a história que narra. Quando a gente já morgou a curiosidade, ele retorna a narrativa principal e volta a nos envolver.

A história conta o romance entre Bentinho e Capitu. Ele, prometido em sacerdócio pela mãe, tem o desafio de casar-se com Capitu sem que a mãe sinta-se em falta com Deus.

Quanto a gente pensa que esse é o tema principal do romance, ele dá uma reviravolta danada, e aí sim prende completamente a atenção do leitor, para que se perceba que no final das contas ele quer mesmo é alertar quanto ao perigo e as consequências do ciúme.

Não se preocupe, para quem não leu, não vou contar nenhum spoiller, isto é, nada que comprometa sua leitura. Pode continuar lendo.

Dom Casmurro deixa a grande lição, atualizadíssima, de que o ciúme pode tornar-se uma doença, e como tal pode matar a pessoa por dentro, deixando-a perdida, com a percepção da realidade completamente comprometida, fazendo com que as pessoas encontrem pelo em ovo. Quantas pessoas têm a vida em vão por causa do ciúme?

Uma coisa muito interessante que ocorre no livro é que você não se dá conta se o que ele narra realmente teria acontecido ou se é apenas uma distorção de sua percepção. Um assunto de bastante pano pra manga, propício ao debate.

Sem dúvida, uma boa leitura. Se quiser gastar pouco, adquira a edição da editora Martin Claret, pois custa apenas R$ 10,50 na maioria das livrarias (tem lugar vendendo até mais barato) e é em formato de bolso.

Um comentário:

  1. O grande mistério da literatura Brasileira Capitu, traiu ou não?!

    Gosto muito desse livro, alias, não só desse, mas de todas as obras de Machado de Assis...às vezes me pergunto se somos saudosistas ou se existem bons escritores contemporâneos aqui no Braisl. Acho difícil imaginar que apareçam escritores que criem obras primas como esta de Machado de Assis.
    Muito bom seu post
    Abraços meu amigo

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