domingo, 24 de agosto de 2008

Marketing e Política - uma mistura explosiva!

Esta semana começaram as propagandas eleitorais obrigatórias na TV e no rádio. Como homem de marketing, remetendo-me às aulas de marketing político, observo quanta gente se apresenta mal neste espaço tão precioso. Candidatos a Vereador que não sabem falar espontaneamente por brevíssimos instantes... você olha pra ele e vê que suas pupilas vão de um lado ao outro da tela, olhando pra baixo, pros lados... não conseguem falar dos seus planos sem ler por tão breves instantes? Recuso-me a acreditar neles!

Por outro lado, vemos alguns outros candidatos falando tão bem, acertando tão em cheio na mosca que, se não estivéssemos tão vacinados, seríamos capazes de chorar pelo fato de que nos próximos quatro anos todos os nossos problemas públicos serão resolvidos, já que teremos um prefeito tão preparado, com soluções tão perfeitas em seus planos de governo... desta forma, não importa qual dos dois ou três que lideram a campanha ganhará, pois todos eles nos transmitem esta segurança em seu espaço publicitário. Bom, eu também não acredito nestes!

Sobretudo depois de Collor, estamos todos atentos – ou pelo menos deveríamos estar. O marketing vem sendo prostituído pelo meio político. Dizem-nos tudo o que queremos escutar e se esquivam dos pontos mais polêmicos. Aborto, eutanásia, casamento entre homossexuais, só pra citar como exemplo, são pautas proibidas para a maioria dos candidatos. Não que estes sejam pontos urgentes a serem tratados por qualquer governo, mas a sensibilidade de tratá-los como o povo gostaria é fundamental como nossos representantes.

Da minha parte, sei do que o Marketing é capaz. Então não me emociono. Não me sensibilizo. Procuro ler nas entrelinhas. Observo os olhares, procuro captar o caráter da pessoa por traz da capa fabricada por suas assessorias. O que estamos elegendo são pessoas como nós, como as que encontramos todos os dias, com suas fraquezas e forças. Mas que terão grande poder nas mãos – e todos nós sabemos que o poder transforma as pessoas. Estamos pondo uma arma na mão de um cidadão comum. O que ele fará com ela? Atirará em nós?

Por isso, não procuro candidatos perfeitos, mas autênticos. Que possam fazer o que for possível para melhorar nossa sociedade.

Estejamos todos atentos.

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