Finalmente, o marido se levantou do banco, deixando dinheiro na mão do mendigo. Sua postura já estava diferente. Agora, com passo enérgico, voltou para casa, tomou banho, fez a barba e se vestiu com todo cuidado. Saiu sem dar explicações e sua mulher, que já não o amava, se mostrou levemente curiosa com a sua nova atitude. Voltou à noite, bem tarde.
No dia seguinte, cumprimentou gentilmente sua mulher e foi trabalhar. Na volta, vestiu um calção, calçou tênis e fez uma longa caminhada noturna. Dormiu com excelente disposição. O dia seguinte foi igual, talvez melhor. Sua mulher, que não o amava, e seus filhos se surpreenderam. Parecia ter perdido a tristeza. Ganhara uma força e uma elegância que a família nunca antes tinha notado. Continuou a ser gentil com a mulher, mas nunca mais lhe pediu desculpas ou explicações, nem exigiu que fizesse amor com ele.
Passaram-se semanas. A atitude do marido continuava firme e a disposição otimista instalou-se de vez. A mulher sentia-se cada vez mais intrigada com a mudança miraculosa do marido e teve mais simpatia por suas novas atitudes, sábias e moderadas. Embora ela persistisse em não amá-lo, ele melhorava seu desempenho como pessoa e como pai. Agora, os amigos o procuravam. Era evidente que tinha se transformado num homem sábio.

E sorrindo, acrescentou:
-- O dinheiro, a gente ganha; o amor se conquista.
Não me pediu nada. Mesmo assim, agradecido, dei-lhe R$ 100,00.
Autor desconhecido.
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