terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Honre seus pais sendo educado!

O texto abaixo foi um dos mais interessantes que li nos últimos tempos.
Retrata os dias atuais muito bem... como é um pouco longo, termino a apresentação por aqui.

Sustentabilidade de quê?
By Ligia Fascioni

Hoje estava saindo da garagem do meu prédio quando me deparo com um carro na calçada bloqueando a passagem (parte da rua e parte da calçada). Havia uma fila de carros atrás e eu querendo sair. Pensa que o sujeito se perturbou? Que nada, continuou a se despedir de maneira entusiasmada de duas senhoras que pareciam ser suas tias, enquanto descarregava uma inacreditável quantidade de sacolas e objetos diversos. O motorista atrás dele (não fui eu), deu aquela buzinadinha básica, acreditando que o sujeito estivesse distraído, e o que ganhou de volta? Um belo xingão, acompanhado do clássico gesto do dedo médio em posição destacada. Pensa que as “tias” ficaram vermelhas (antigamente ficavam, pelo menos as minhas). Nem sombra. Ainda deram risadinhas e continuaram a conversa. Esperar o quê de um sujeito que aparentemente foi educado por essas “ladies”?

Veja se a sensação não é de “déjà vu”: você entra num avião e uma senhora carregada de sacolas como se estivesse se mudando de país em parcelas mensais ocupa absolutamente todo o compartimento para malas e ainda mais um banco. Você pede um lugarzinho para colocar seu notebook e ela explica sorridente que não dá, pois ela está com muita bagagem.

As pessoas páram para conversar na rua e nos corredores, é natural. Mas ultimamente tenho observado uma predileção por locais de passagem, perto de uma porta, por exemplo. É onde se consegue impactar (e atrapalhar) a vida do maior número de apressados; então deve ser mais legal, né?

Você pára no sinal vermelho atrás de um carro e o sujeito só começa a pensar em destravar o freio de mão e engatar a primeira marcha depois que o veículo na frente dele andou pelo menos 100 metros. A manobra pode levar mais tempo se o motorista zen estiver conversando pelo celular.

Quem nunca pegou ônibus com estudantes portando mochilas gigantescas, quase casulos de sobrevivência para uma família de 5 pessoas? Desnecessário lembrar que esses portentosos volumes ficam bem no corredor, justamente para interromper melhor o fluxo de passantes.

Caixa no supermercado? Essa é clássica: quanto maior a fila atrás do folgado, mais ele se lembra na última hora que precisa pegar uma coisa importantíssima no último corredor, a mais ou menos 2 km de distância. E o mundo que espere enquanto ele não voltar da viagem.

E por que as pessoas deixam para procurar as coisas que precisam pagar justamente quando chegam no caixa do banco, se tiveram uma fila inteira de ociosidade pra encontrar seus preciosos papéis?

Em restaurantes movimentados e praças de alimentação costumam bater ponto as figuras insensíveis que continuam conversando calmamente após terem raspado o prato enquanto alguém em pé espera, pacientemente, com a comida esfriando.

Pois é, a impressão que dá é que as pessoas estão ficando cada vez mais egoístas e grosseiras, comportando-se como fossem as únicas donas do mundo. Não se importam com mais ninguém, agem como se o mundo girasse em torno delas.

Alguém apressadamente pode argumentar que antigamente as pessoas eram mais polidas. Sei não, a julgar pela quantidade de idosos mal-educados que existem por aí (eles competem de igual para igual com adolescentes revoltados), acho que sempre foi assim. A diferença é que hoje o mundo está mais cheio de gente e os espaços mais apertados, então o conflito fica mais evidente.

Fico pensando: o que adianta lutar pela sustentabilidade do planeta se a gente não pensar na sustentabilidade da convivência entre as pessoas?

Acho que a gente devia fazer algo a respeito… Idéias, por favor!

Um comentário:

  1. e ai cara fez a cirurgia da esofagite ( refluxo )??

    me mande um email: goncalves.leo@ig.com.br

    vamos conversar sobre isso

    um abração

    Leo

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