quarta-feira, 22 de abril de 2009

O fim da obrigatoriedade de diploma para jornalismo

Nas últimas semanas tem havido uma movimentação jurídica e profissional em torno do fim da lei de imprensa e a continuidade da regulamentação do profissional de jornalismo. O assunto está sendo discutido em sessões do Supremo Tribunal Federal desde o dia 1º de Abril (não é brincadeira), tendo sido adiado o julgamento para a próxima quarta-feira, dia 29.

Todo mundo sabe que o Brasil está cheio de leis defasadas, muitas vezes até ridículas. As transformações sociais ocorrem de forma muito mais rápida do que o judiciário consegue acompanhar. A censura, por exemplo, ocorre atualmente apenas de forma velada, dependendo das pressões políticas e econômicas. Mas muito aquém do que era no tempo ditadura.

A verdadeira censura hoje é protagonizada pela audiência. Com acesso a tanta informação, é o leitor, o ouvinte ou o telespectador que decide o que quer ver e o que não quer ver. Sem audiência, o jornalista tem que rever sua posição, ou então está fora. A lei de mercado é que termina valendo. Ponto para a democracia!

Mas a minha atenção neste momento vai principalmente para a questão do fim da obrigatoriedade do diploma para jornalista. Em tempos de internet, com ascensão da blogosfera e tantas formas diferentes de expressão, fica difícil definir esta questão da regulamentação. Quer quer escreve e publica, e se for bom, vai conseguir continuar publicando, porque sempre haverá quem queira ler.

Na área de Marketing, por exemplo, atua quem quer. Pode se apresentar como profissional de marketing qualquer um que tenha o mínimo de conhecimento, que diga um jargão ou outro. Pode convencer num primeiro momento. Mas no dia-a-dia, só quem realmente entende consegue subsistir, e só os melhores se destacam. E não interessa quem tem título superior em engenharia, direito ou administração. O que interessa é o seu grau de conhecimento e o que consegue fazer com ele.

Tem muita gente por aí que não sabe nada de marketing e se apresenta como consultor de marketing. Isso prostitui a área, porque os bons terminam sendo confundidos com os ruins, de forma que, numa profissão nova como esta, tem gente que acha que é o Marketing que não presta, e não alguns profissionais. Mas não é regulamentando que se vai resolver a questão. Mesmo exigindo que vão à faculdade, podem sair de lá corruptos e mal preparados, como ocorre com tantos até mesmo na área de direito, que sequer conseguem licença da Ordem dos Advogados do Brasil.

Já pensou se a regulamentação das profissões resolvesse estas questões? A gente ia criar então a regulamentação pra ser político. Mas esta não existe, e se existisse, seria a melhor prova de que não resolve...

Portanto, quem é bom, estude pra ser o melhor. Não para atender uma exigência da categoria, mas para saber sempre mais, para interagir com outros profissionais.

Eu não fiz curso de jornalismo em nenhuma faculdade, mas estou certo de que escrevo melhor do que muitos formados da categoria. Tudo o que tenho é um curso superior de marketing, uma pós em comunicação empresarial e vou rumo ao MBA em propaganda. Em busca de estabelecer meu lugar ao sol.

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