Fernando teve uma juventude cheia de excessos, decidiu entregar sua alma a Deus. Durante muitos anos, trabalhou com afinco, praticou a caridade, mas apesar de toda a sua dedicação nada parecia dar certo na sua vida. Muito pelo contrário; seus problemas e dívidas se acumulavam cada vez mais.
Uma bela tarde, um amigo que o visitava - e que se compadecia de sua situação difícil - comentou:
- É realmente muito estranho que, justamente depois que você resolveu se tornar um homem temente a Deus, sua vida começou a piorar. Eu não desejo enfraquecer sua fé, mas, apesar de toda sua crença no mundo espiritual, nada tem melhorado.
Fernando, que era ferreiro, não respondeu imediatamente. Ele já havia pensado nisso muitas vezes, sem entender o que acontecia em sua vida. Mas então disse:
- Eu recebo nesta oficina o aço ainda não trabalhado e preciso transformá-lo em espada. Você sabe como é feito? Primeiro, eu aqueço a chapa de aço num calor superior a 50°, até que ela fique vermelha. Em seguida, sem qualquer piedade, eu pego o martelo mais pesado e aplico vários golpes até que a peça adquira a forma desejada. Logo ela é mergulhada num balde de água fria, e a oficina inteira se enche com o barulho do vapor, enquanto a peça estala e grita por causa da súbita mudança de temperatura. Tenho que repetir esse processo até conseguir a espada perfeita: uma vez apenas não é suficiente.
Fernando deu uma longa pausa e continuou:
- Às vezes, o aço chega até minhas mãos e não consegue agüentar esse tratamento. O calor, as marteladas e a água fria termina por enchê-lo de rachaduras. E eu sei que jamais se transformará numa boa lâmina de espada. Então, eu simplesmente o coloco no monte de ferro-velho que você viu na entrada de minha ferraria.
Então Fernando concluiu:
- Sei que Deus está me colocando no fogo das aflições. Tenho aceito as marteladas que a vida me dá, e às vezes sinto-me tão frio e insensível como a água que faz sofrer o aço. Mas a única coisa que peço é que Deus, não desista até que eu consiga me tornar o que o Senhor espera de mim.
E nós, será que estamos sendo como o aço, sendo temperados, para nos tornarmos melhores e úteis???
Autor desconhecido
Colaborou: Lúcia Costa
sábado, 1 de agosto de 2009
Forjado no fogo
Postado por
Visionário (Anderson Gonçalves)
às
19:00
Marcadores:
espiritualidade e apostolado,
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