sábado, 19 de junho de 2010

Uma nova perspectiva sobre o idoso

Apresento um texto que recebi e extrai de uma apresentação em Powerpoint, e não posso negar que mudou minha perspectiva e meu olhar sobre essas pessoas.

Conta-se que o texto foi encontrado entre os pertences de uma velha senhora que morreu no tratamento de doenças da velhice numa pequena clínica da Escócia. O texto foi disseminado entre as enfermeiras, das quais uma teria levado à Irlanda.

Esta herança, a única da pobre velha, foi publicada na edição de Natal da União para a Saúde Mental da Irlanda do Norte. Simples, eloquente, também apresentado em slides. Ninguém sabe o nome de sua autora, nem tampouco ela viveu para ver o reconhecimento pelo seu desabafo.

É claro que existem de fato velhos rabugentos, que usam de seus cabelos brancos para faltar com o respeito para com todos os outros. Estes certamente não respeitaram os mais velhos quando não faziam parte desse grupo. Já falei sobre isso no passado. (clique aqui se quiser lê-la).

O que vêem, amigas? O que vêem? O que pensam quando me olham?
Uma velha rabugenta, não muito inteligente, de hábitos incertos, com seus olhos sonhadores, fixos, ao longe?

A velha que cospe comida, que não responde ao tentar ser convencida “a fazer um pequeno esforço?"
A velha, que vocês pensam não se dar conta das coisas que vocês fazem e que continuamente perde a sua escova ou sapato?
A velha, que contra a sua vontade, mas de forma humilde, lhes permite fazer o que queiram, lhes permite banhar e alimentar só para que o dia passe mais depressa?

É isso que vocês acham? É isso que vocês vêem... Se assim for, abram os olhos, amigas, porque isso que vocês vêem não sou eu. Vou lhes dizer quem sou, quando estou sentada aqui, tão tranquila como me ordenaram...

Sou uma menina de 10 anos, que tem pai e mãe, irmãos e irmãs que se amam.
Sou uma jovenzinha de 16 anos, com asas nos pés e que sonha encontrar seu amado.
Sou uma noiva aos 20, cujo coração salta nas lembranças quando faz a promessa que a uniria até o fim de seus dias com o amor de sua vida.
Sou ainda uma moça com 25 anos, que tem seus filhos, que precisam que ela os guie... Tem um lugar seguro e feliz!
Sou a mulher com 30 anos, onde os filhos crescem rápido, e estão unidos com laços que deveriam durar para sempre...
Quando tenho 40 anos, meus filhos já cresceram e não estão em casa... Mas ao meu lado está meu marido que me acalenta quando estou triste.
Aos 50, mais uma vez deixam comigo os bebês, meus netos, e de novo tenho a alegria das crianças, meus entes queridos, junto a mim.
Aos 60 anos, sobre mim nuvens escuras aparecem. Meu marido está morto, e quando olho meu futuro me arrepio toda de terror. Os meus filhos se foram, e agora têm os seus próprios filhos... Então penso em tudo o que aconteceu e no amor que conheci.
Agora sou uma velha. Que cruel é a natureza... A velhice é uma piada que transforma em alienado um ser humano. O corpo murcha, os atrativos e a força desaparecem. Ali, onde uma vez teve um coração agora há uma pedra.

No entanto, nestas ruínas, a menina de 16 anos ainda está viva. E o meu coração cansado, ainda está repleto de sentimentos vivos e conhecidos. Recordo os dias felizes e tristes em meus pensamentos, volto a amar e a viver o meu passado. Penso em todos esses anos que foram, ao mesmo tempo poucos, mas que passaram muito rápido, e aceito o inevitável... Que nada pode durar para sempre.

Por isso, abram seus olhos e vejam diante de vocês não uma velha mal-humorada. Diante de vocês está apenas uma menina, mulher e senhora viva... E com todos os sentimentos de uma vida.
Colaborou: Monica Pontes

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