No mês passado tive a oportunidade de ler o livro "Eu sei que vou te amar", de Arnaldo Jabor. Uma leitura rápida, uma vez que o livro tem pouco mais de 100 páginas, com letras grandes. Dá pra ler numa tarde, por exemplo.
O filme homônimo devo ter visto em meados da década de 90, quando ele já era velho, uma vez que seu ano de produção é 1986. O filme foi dirigido por Arnaldo Jabor e estrelado por Fernanda Torres, que na ocasião ganhou o Prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Cannes.
Arnaldo Jabor foi na contramão. Geralmente escrevem o livro, e depois filmam. Ele esperou anos para escrever um livro... dá até vontade de ver o filme de novo... será que está disponível em DVD?
Por que gostei do filme: na mesma linha de "Closer - Perto Demais", ele traz diálogos francos e intensos. Abaixo transcrevo um momento alto do livro que faz qualquer homem tremer na base... imaginando que é pra ele que a mulher diz:
"Mas aí eu percebi que eu ainda não era livre, que eu ainda era a tua mulher obediente.... eu fazia tudo que você, no fundo, queria, tudo que tua perversão pedia, tudo que faz mulher de cafajeste, tudo que o cafajeste quer... eu era objeto de um jogo onde você não fazia nada mas mandava em tudo! Então... eu fui além... fui além... e sim... sim... eu de repente parei de te amar... como um relógio pára de repente... eu parei de te amar... às três e quarenta e cinco em punto de la tarde, eu parei de te amar... e comecei a amar outro homem!..."
(...)
"Ouve!!! Eu me apaixonei por outro homem, porque você não me emocionava mais. Eu vi nos olhos dele uma beleza que era eu e que teus olhos não refletiam mais... Ele me ouvia... esquecia de si mesmo e me ouvia... ele se encantava comigo, com meu ar em volta... E eu ia surgindo daquela adoração como uma santa surge da fé... ele era mais feio, mais faco que você, mas tinha uma delicadeza que você nunca teve... Meu Deus... como eu amei aquele homem!... Eu uivava nas camas, a vida jorrava dentro de mim feito água, nos braços, nas pernas, a vida jorrava... eu uivava, comia muito, bebia, cuspia, suava, ficava suja, me arrastava nele, me arrastava no chão, lambia terra, urinava na mão dele... mordia, gritava, babava, cuspia, gemia, gemia, gemia, gemia... meu Deus, como eu me lembro, você passava na minha frente louco, magro, meu Deus, meu filho, como você emagreceu... meu filho você precisa comer... meu filho... e você foi diminuindo de tamanho, você foi ficando pequeno... sim... sim... sim, é verdade, desamparado...
Como você me amou naquela época... eu nunca fui tão amada na vida... por dois homens ao mesmo tempo... você nunca me amou tanto... homem só ama quando perde a mulher... você me adorava, tonto dentro de casa, sem conseguir sair... como foi bom ver você de fora... antes eu vivia dentro de você... e você ia nascendo na minha frente, fraco... pequeno... e à medida que você ia nascendo... ele ia sumindo... sumindo... sem sofrer, porque ele sabia... que estava de passagem."
Todo homem deveria ler um livro assim ou assistir o filme. Pra ver se desiste de vez de tentar entender as mulheres e sair da zona de conforto. As mulheres ainda vão conquistar o mundo! E não demora muito não...
E quanto aos homens, precisam se dar conta que de nada adianta saber conquistar várias mulheres, uma por dia - o que pode ser relativamente fácil. Nós precisamos nos dar conta de que desafio de verdade mesmo é conquistar a mesma mulher todos os dias!
O livro - ou o filme - é um alerta quanto a isso.
Mas tem alerta também para as mulheres... mas aí, elas que leiam - ou escrevam!
terça-feira, 18 de março de 2008
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