quinta-feira, 5 de junho de 2008

Cirurgia a qual me submeterei

GASTROENTEROLOGIA
CIRURGIA LAPAROSCÓPICA PARA DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFAGIANO
Cirurgia para "azia" ou Hérnia de Hiato

O que é Doença do Refluxo Gastroesofagiano (DRGE)?
Apesar do termo "azia" ou "queimação" ser utilizado para descrever uma variedade de sintomas do aparelho digestivo, em termos médicos, é um sintoma relacionado a doença do refluxo gastroesofagiano. Nesta condição , há um refluxo da ácido do estômago para o esôfago. A azia é um sintoma descrito como uma sensação de queimação no meio do peito que sobe no sentido do pescoço. Muitos adultos tem esta sensação uma vez ao mês. Freqüência esta considerada dentro do habitual ou aceitável. Outros sintomas não tão específicos podem ser detectados como regurgitação (sensação do alimento voltar até a garganta), chio no peito, tosse crônica, dificuldade na deglutição.

O que causa a DRGE?
Quando você se alimenta , este alimento caminha da sua boca até o estômago através de um órgão tubular chamado esôfago. Na porção final do esôfago há um pequeno anel muscular chamado esfíncter esofagiano inferior. Este anel muscular atua como uma vávula de uma via , permitindo que o alimento chegue até o estômago e que o ácido produzido não retorne para o esôfago. A DRGE ocorre quando este músculo (esfíncter) não funciona adequadamente permitindo o refluxo do ácido do estomago para o esôfago. Como conseqüência este ácido causa uma irritação (química) machucando o esôfago , causando como sintoma a azia.


O que contribui para a DRGE persistir?
Algumas pessoas nascem com um esfíncter esofagiano inferior mais fraco. Para outros porém, a ingestão de alimentos condimentados ou picantes, chocolates, alimentos mentolados, certos tipos de de medicação, roupas muito apertadas, fumo, bebidas alcoólicas, exercícios vigorosos (principalmente os que necessitam de prensa abdominal), podem ocasionar um relaxamento do esfíncter do esôfago, levando ao refluxo e consequentemente a azia.

A hérnia de hiato pode estar presente em vários pacientes que sofrem de DRGE, podendo ser uma das causas da doença do refluxo ou seu mantenedor.

Entre o tórax e o abdomen existe um músculo que separa estas duas cavidades chamado diafragma. O orifício por onde o esôfago passa pelo diafragma para chegar ao abdomen chama-se hiato. Normalmente o hiato é estreito dando espaço somente para a passagem do esôfago. Quando o hiato se encontra alargado por inúmeros motivos, o estômago "sobe" para o tórax formando a hérnia de hiato.

Na imagem ao lado observa-se o esôfago e uma porção do estômago que "subiram" para o tórax através de uma hérnia hiatal.

Não há necessidade do paciente ter hérnia de hiato para ter refluxo gastroesofagiano (azia).

Nem todos os pacientes que tem hérnia de hiato tem doença do refluxo. Nestes pacientes só há indicação de cirurgia quando a hérnia é muito grande e causa compressão de órgãos próximos a ela como pulmão e coração.

Converse com o seu médico sobre o problema para esclarecer todas as suas dúvidas.

De que maneira é tratada a DRGE?
  • Através de mudanças nos hábitos de vida
  • Terapêutica medicamentosa
Cirurgia
Pacientes que não respondem adequadamente aos tratamentos habituais ou que vão necessitar fazer uso de medicação continuadamente para controlar os seus sintomas. A cirurgia é um tratamento efetivo para a DRGE. Entretanto até alguns anos as pessoas necessitavam serem submetidas a grandes incisões no abdomen ficando afastada de suas atividades por períodos de até seis semanas.

Recentemente isto mudou através da cirurgia videolaparoscópica a qual por ser mini-invasiva, evita os grandes cortes cirúrgicos abdominais.

Como é realizada a cirurgia anti-refluxo por via laparoscópica?
A Cirurgia anti-refluxo envolve em reforçar a vávula entre o esôfago e o estôfago (esfíncter esofagiano inferior) , envolvendo a porção superior do estômago ao redor da porção inferior do esôfago (como uma gravata).


Na cirurgia laparoscópica o cirurgião realiza cinco incisões ou cortes que variam entre meio e um centímetro de extensão para entrar na cavidade abdominal com tubos metálicos conhecidos como trocáteres. Através destes é colocado uma ótica (vídeocâmera) e as pinças que serão utilizadas para a cirurgia. Portanto o cirurgião opera olhando para um monitor de TV com a imagem aumentada vinte vezes o seu tamanho real. Este aumento serve para melhorar a precisão e os detalhes a serem observados durante a cirurgia.

Quais os resultados a serem alcançados com a cirurgia vídeolaparoscópica?
Vários estudos têm demonstrado que a grande maioria dos pacientes que são submetidos a cirurgia videolaparoscópica apresentam remissão completa ou importante dos seus sintomas de refluxo (azia) .

As vantagens da cirurgia videolaparoscópica são:

  • Redução da dor pós-operatória
  • Estadia hospitalar média de 24 horas
  • Retorno as atividades de trabalho em média 10 dias
  • Ausência de grandes cicatrizes no abdomen.
Quais os riscos da cirurgia videolaparoscópica?
Apesar da cirurgia ser considerada segura, complicações podem ocorrer como em qualquer outra cirurgia.

O seu cirurgião deverá esclarecê-lo dos riscos e ajudá-lo a decidir pela cirurgia mostrando quais os riscos de permanecer com a doença do refluxo gastroesofagiano.

O que acontece se a cirurgia não puder ser realizada pelo método laparoscópico?

Em um pequeno número de pacientes (menos de 1%), o método não pode ser realizado devido a dificuldades anatômicas locais impossibilitando ao cirurgião de visualizar ou manipular de maneira apropriada os órgãos internos. Quando o cirurgião resolve converter uma cirurgia em prol da segurança do paciente, não se considera o fato como uma complicação mas sim como julgamento cirúrgico (bom senso).

Fatores que podem levar a conversão da cirurgia fechada para aberta incluem obesidade excessiva, história de cirurgia abdominal prévia, sangramento de difícil contensão e outras.

Existem efeitos colaterais nesta operação?
Efeitos colaterais tardios (mais de seis meses) são incomuns nesta cirurgia.

Alguns pacientes podem apresentar dificuldade de engolir, tendo a sensação de que o alimento para no esôfago. Isto é devido ao "inchaço" (edema) que acontece com a manipulação cirúrgica da porção final do esôfago. É geralmente transitório , podendo durar até três meses após a cirurgia. Em raros casos necessita de uma endoscopia para dilatar o local da cirurgia ou mais raro ainda uma reoperação.

Como saber se minha azia tem indicação de cirurgia?
Para determinar se você é um candidato á cirurgia anti-refluxo a avaliação do seu médico através de exames é fundamental.

  • Exames considerados fudamentais para a realização da cirurgia anti-refluxo:
  • Endoscopia digestiva alta
  • Manometria esofágica
  • pHmetria esofágica de 24 horas (indicado em alguns casos especiais)
Seu cirurgião deve orientá-lo sobre a indicação da cirurgia conforme o resultado de seus exames.

O que fazer na véspera e no dia da cirurgia?
Exames pré-operatórios rotineiros devem ser realizados. Se apresenta doenças associadas como cardiopatias, deve ser liberado previamente pelo seu cardiologista ou especialista da área.

Após meia noite do dia anterior da cirurgia você deve ficar em jejum absoluto.

Se faz uso de medicações diárias, converse com seu cirurgião qual a melhor forma de administrá-las na manhã da cirurgia, ou se faz uso de anticoagulantes ou aspirina, quanto tempo deverá cessar o uso antes da cirurgia.

Geralmente deverá chegar ano hospital pela manhã no dia da cirurgia.

Um anestesista responsável pelo pré-operatório deverá visitá-lo no quarto.

Quando acordar da anestesia procure relaxar o corpo e ficar despreocupado. Ficará num local apropriado chamado de recuperação anestésica sob constante cuidado até o anestesista liberá-lo para o quarto.

O que acontece após a cirurgia?
O paciente é orientado a ter atividades leves na primeira semana após a cirurgia até a retirada dos pontos que acontece com sete dias.

A dor pós-operatória é de leve a moderada, sendo de fácil controle com analgésicos leves. Deve melhorar progressivamente, se piorar , entre em contato com seu médico.

A medicação para azia, que utilizava antes da cirurgia, não é mais necessária.

Com relação a alimentação, em geral recomenda-se iniciar com dieta líquida, progredindo para líquido-pastosa, pastosa e finalmente normal na evolução dos sintomas.

Deverá voltar as atividades normais em uma semana e voltar a exercícios físicos após 15 a 30 dias conforme a tolerância do paciente.

Devo avisar meu médico quando...

  • Apresentar febre constante (acima de 38 graus)
  • Sangrar a ferida operatória continuamente
  • Aumento da dor abdominal ou o abdomen inchar
  • Tiver calafrios
  • Tosse persistente ou respiração curta
  • Dificuldade de engulir líquidos ou sólidos após o período normal de recuperação
  • Mostrar secreção pela ferida operatória.
Fonte: Clínica Marchesini citada em website.

3 comentários:

  1. Mesmo sabendo que a cirurgia não é de risco, rezarei para que tudo ocorra bem, e que o tempo de recuperação seja o menor possível.
    Um grande abraço!

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  2. Olá Anderson,

    Ao que parece, também possuo a DRGE. Gostaria de saber maiores detalhes sobre a sua cirurgia.
    Meu e-mail é : marciosf1@hotmail.com
    Se possível, gostaria que entrasse em contato.
    Agradeço desde já.
    Abraço.
    Márcio.

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  3. Ola o meu nome e Erico e fui submetido a cirurgia a 4 dias atras,mas desde que acordei na sala de recobro, que tenho sentido muitas dores nos ombros. Sera normal? agradeço a sua resposta.
    Meu email é: erico76fonseca@aeiou.pt
    Agradeço desde já
    Erico

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